sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Recuperação Económica Europeia e Prosperidade Americana

Com o fim da 1ª Grande Guerra, a economia mundial ficou devastada, principalmente os países europeus que encontraram perante uma difícil reconstrução e reconversão económica, levando-os ao endividamento (interno e externo) e à desvalorização da moeda, levando ao aumento dos preços e consequentemente à inflação. Esta situação foi mais notória em países como a Alemanha, Áustria e Hungria, que pagavam as indemnizações da guerra (endividamento interno).
A recuperação europeia agravou-se ainda mais com o facto de esta estar dependente da Europa, visto que teve de lhe pedir empréstimos e de lhe comprar produtos para sobreviver (algumas destas também feitas ao Japão) devido aos danos e gastos feitos com a guerra, fazendo com que os EUA ultrapassassem a Europa a nível económico e se tornassem o centro do comércio mundial (endividamento externo).
Contudo, até mesmo os países que não sofrerem quaisquer destruições no seu território, passaram por contrariedades, causadas pela desorganização do comércio internacional (deixou de ser controlado pela Europa e passou para os EUA e o Japão) e pela necessidade de reconverter as forças produtivas reunidas até aí para a guerra, para o desenvolvimento económico das populações. Até mesmo nos EUA se sentiu este esforço que sofreram a primeira crise económica (1920-21), devido ao excesso de produção que provocou acumulação de stocks, desemprego, falências e deflação, que se alastrou a outros países dependentes dos americanos. Apenas se pôde iniciar a recuperação quando foram resolvidas as crises inflacionistas e se estabilizou a moeda.
A partir de 1923, verificou-se um crescimento e desenvolvimento económico nos EUA:
            - Desenvolvimento técnico, exploração de novas fontes de energia, aperfeiçoamento do processo produtivo, exploração de novos ramos industriais e relançamento da agricultura;
            - Incentivo ao consumo em massa através da propaganda e pelo desenvolvimento da venda a crédito;
            - Crescimento das operações bolsistas.
Todo este crescimento, deu origem à “era da prosperidade” nos EUA, tornando-os nos grandes credores e fornecedores da Europa, aumentando a sua dependência.

Entre 1923 e 1929, os EUA desenvolveram-se essencialmente num boom industrial, comercial e financeiro o que suscitou expansão surpreendente do capitalismo e criou um clima de otimismo e confiança, ao qual deram o nome de “era de prosperidade”.
Cresciam bastante (a sua produção industrial cresceu cerca de 64%), e isto levou a um alargamento do mercado interno e externo: o crédito e a Bolsa expandiram, deram-se concentrações industriais em trusts e holdings, e apareceram as redes drugstores.
O elevado crescimento económico foi possível graças aos novos meios de produção e organização de trabalho – o taylorismo e o fordismo. Frederick Taylor definiu a racionalização do trabalho, que estava relacionado com o trabalho em cadeia, acreditando que cada operário apenas deveria desempenhar uma tarefa. Henry Ford, tendo como base o taylorismo, criou o sistema de produção em série ou em massa, a partir da estandardização ou uniformização de modelos. Além disso, também achava que os operários deviam ter salários elevados, garantindo assim o poder de compra necessário para o escoamento da produção, que era estimulado através da publicidade e da venda a crédito, algo que foi seguido pelos industriais.
Todo o dinamismo desta expansão, fez com que se passasse a acreditar numa prosperidade permanente. Esta “era de prosperidade” contribuiu para criar o “estilo de vida à americana” caracterizada por a febril atividade urbana, a difusão do automóvel, o rádio, o telefone, o cinema (tornou-se uma indústria muito importante e rentável pois substituiu o cinema europeu que tinha menos qualidade e duração) e dos eletrodomésticos, entre uma numerosa camada social, dando um retrato da civilização contemporânea. Porém esta também teve os seus pontos fracos.

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