quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sugestão

Se quiserem saber mais sobre a Revolução Industrial de uma forma diferente, podem ver o filme "Tempos Modernos". Este filme fala da forma como a Revolução Industrial veio afectar a sociedade e dos problemas que trouxe, tudo de uma forma cómica. É um filme mudo de Charlie Chaplin que transmite uma mensagem social, no qual cada cena é trabalhada para que a mensagem chegue verdadeira e real, sem deixar escapar nada.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Tratado De Methuen E Ouro Brasileiro

Aqui está agora um slideshow sobre o Tratado de Methuen e o ouro brasileiro:

Tratado de Methuen

Durante o século XVII Portugal tinha dos melhores vinhos a nível europeu, os vinhos do Douro, os da Madeira e os dos Açores. Estes eram essencialmente exportados para as ilhas britânicas e suas colónias. Na verdade, em finais do século XVII, Inglaterra já importava mais de metade dos vinhos portugueses. Assim, no início do século XVIII, foi assinado o Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra. Neste tratado estava expresso que "os panos de lã e mais fábricas de lanifícios de Inglaterra" eram livremente e "para sempre" admitidos em Portugal, enquanto que Inglaterra "será obrigada para sempre, daqui em diante (...) [a] admitir na Grã-Bretanha os vinhos" portugueses. Ou seja, a Inglaterra iria ser obrigada a importar os vinhos portugueses, e Portugal teria de abrir os seus mercados têxteis aos ingleses.
Isto fez com que Portugal não desenvolve-se a sua manufactura e que a sua economia ficasse dependente de Inglaterra.


sábado, 11 de dezembro de 2010

Mercantilismo em Portugal

Em Portugal, as medidas mercantilistas apenas foram adoptadas em finais do século XVII (reinado de D. Pedro II). No início os portugueses deixaram a sua economia ficar dependente da exploração colonial, mas com o tempo esta veio a cair e, com a concorrência da Holanda, França e Inglaterra, foi ainda mais prejudicada. Foi então necessário arranjar uma forma de melhorar a situação económica do país, e assim apareceu o mercantilismo em Portugal.  Podemos então dizer que estas medidas foram oportunas e ao mesmo tempo tardias. Foram oportunas porque apareceram numa altura em que Portugal precisava bastante de desenvolver a sua manufactura e  de produzir mais. Foram também tardias pois, em relação aos outros países europeus, Portugal ficou muito atrasado e não se pode desenvolver tanto como eles.

Primeiras medidas mercantilistas em Portugal
"Restrição às importações, nomeadamente com a promulgação de novas leis pragmáticas*. Entre os artigos mais visados encontravam-se os tecidos de luxo, os chapéus, as rendas e os brocados, os vidros e os azulejos."
® restrição aos produtos de luxo utilizados essencialmente pela nobreza e burguesia / *leis que proibem as importações.

“Política de desvalorização monetária que, encarecendo os produtos estrangeiros entrados em Portugal e embaratecendo os portugueses no estrangeiro, incentivou as exportações, ao mesmo tempo que entrava o crescimento das importações.”
® a desvalorização da moeda incentivava as exportações e travava as importações.

“Incentivo e protecção às indústrias através dos seguintes meios: fundação de novas manufacturas (vidros, têxteis, fundição de ferro…); contratação de mão-de-obra qualificada no estrangeiro; concessão de benefícios fiscais  e subsídios financeiros.”
® incentivo às indústrias, mão-de-obra qualificada e isenção de impostos.

“Apoio ao comércio com adopção de medidas de incentivo á construção naval e a criação de novas companhias monopolistas para o comércio colonial (exemplo: Companhia do Cachéu, de 1675, e a Companhia do Maranhão, de 1679).”
® apoio ao comércio com construção naval e criação de companhias monopolistas.

Bloqueio das indústrias europeias

Com o grande desenvolvimento de Holanda, França e, principalmente, Inglaterra, muitos outros países europeus também quiseram passar a utilizar um sistema económico mercantilista. Melhoraram o seu comércio interno e desenvolveram a sua manufactura. A partir do século XVIII já praticamente todos os países europeus tinham adoptado estas medidas. Assim, ninguém queria importar e todos queriam exportar, no entanto, como não existiam compradores a Europa entra numa Depressão Económica. Ao mesmo tempo que houve esta crise económica, houve também uma crise colonial, devido á concorrência e aos ataques e batalhas travadas entre alguns países europeus pela posse de colónias.
Batalha anglo-holandesa

Revolução Agrícola e Industrial em Inglaterra

Para melhorar o seu comércio interno, antes de tudo foi necessário a Inglaterra desenvolver a sua agricultura, assim se deu a Revolução Agrícola. Esta revolução teve por base as inovações feitas na agricultura que são o sistema quadrienal de rotação de culturas (que veio substituir o anterior sistema trienal), o aumento das áreas cultivadas (com recurso a terrenos baldios, aos arroteamentos e às drenagens de zonas pantanosas), o emparcelamento de terra e as vedações (enclousures - com as vedações deixaram de ser necessários tantos homens a guardar o gado, que depois vão para a cidade, e ao mesmo tempo as vedações também protegiam as culturas dos animais), a selecção de sementes, a mecanização (máquina de semear, entre outros) e o aumento da criação de gado (que fornecia lã, carne e adubo). Consequentemente, estas inovações levaram a uma melhoria da produtividade e da produção agrícola, o que fez com que passasse a existir uma melhor alimentação, mais racional e variada (recurso aos cereais, batata e carne).
Os progressos na alimentação em conjunto com os avanços medicinais e com a maior preocupação higiénica fizeram com que houvesse uma diminuição das taxas de mortalidade. Por outro lado, as transformações agrícolas e industriais e a descida da idade média do casamento levaram a um aumento da taxa de natalidade. Ou seja, deu-se um crescimento demográfico da população. Esta expansão demográfica foi acompanhada por um incremento da urbanização (desenvolvimento e crescimento de condições nas zonas urbanas). Na verdade, na década de 1840, a percentagem de população urbana já ultrapassava a rural, em Inglaterra, enquanto que noutros países a população urbana era inferior a 20%. Obteve-se também um alargamento dos mercados internos. Os mercados passaram a estar abertos semanalmente e foram abertas lojas. Com a expansão demográfica e o alargamento de mercados verificou-se uma acumulação de forças produtivas (mão-de-obra + capitais + matérias primas).
Tudo o que foi aqui referido com os progressos técnicos, a revolução dos transportes (para melhorar o comércio internacional) e a industrialização (maquinofactura) deu origem á Revolução Industrial, que teve como sectores de arranque a indústria têxtil e a metalurgia.
A Revolução Industrial deu origem a alterações no sistema de produção (fábricas, maquinofactura, operários, divisão do trabalho, produção em série) e a modificações na paisagem (lixos e desperdícios industriais, ruído intenso do trabalho das máquinas, fuligem e pó de carvão existente no ar).

Mercantilismo inglês e francês

Mercantilismo Inglês

Documento 1
Para o progresso do armamento marítimo  da navegação que, sob a protecção e a bondade da Providência Divina, tanto interessam à prosperidadde, segurança e poderio deste reino [...], nenhuma mercadoria será importada ou exportada das regiões, ilhas, plantações ou territórios pertencentes a sua Majestade ou na posse de Sua Majestade, na Ásia, América e África, noutros barcos que não aqueles que, sem qualquer fraude, pertencem a súbditos ingleses irlandeses ou gauleses, ou ainda a habitantes dessas regiões, ilhas plantações e territórios, e que sejam comandados por um capitão inglês e guarnecidos  de uma tripulação em três quartos inglesa [...]. Nenhuma mercadoria produzida ou fabricada no estrangeiro e que tenha de ser importada pela Inglaterra, Irlanda, País de Gales, ilhas de Jersey ou Guernesey [...] deverá ser embarcada noutros pontos que nos do país de origem.
Citado por Pierre Deyon, O Mercantilismo
Lisboa, Ed. Gradiva, 1983





A Inglaterra baseou o seu mercantilismo no indústria naval. Através da decretação de vários Actos de Navegação, Cromwell (burguês que desenvolveu a economia inglesa) brestringiu a liberdade dos navios estrangeiros ao comerciarem com Inglaterra. No documento está expresso o Acto de Navegação de 1651, o primeiro decretado, e nele podemos verificar que qualquer produto que saísse ou entrasse de Inglaterra deveria ir em navios ingleses, ou no mínimo três quartos da tripulação deveria ser inglesa. Com isto os ingleses iriam ter mais emprego e ao mesmo tempo os interesses de Inglaterra (do rei) eram defendidos. No entanto, Inglaterra tambem desenvolveu a sua indústria e agricultura, e adoptaram um sistema fiscal e alfandegário flexível.



Mercantilismo Francês

Documento 2
Julgo que será fácil acordarmos no princípio segundo o qual só a abundância de dinheiro num Estado constituirá a diferença da sua grandeza e poderio. [...]
Partindo deste princípio, fácil é concluir que quanto mais pudermos reduzir os lucros que os Holandeses obtêm à custa dos súbditos do rei e do consumo das mercadorias que nos trazem, tanto mais aumentará o dinheiro em moeda que deve enrar no reino graças aos bens necessários que produzimos e tanto mais aumentará o poder, grandeza e abundância do Estado. [...]
Podemos concluir o mesmo relativamente às mercadorias de entreposto, isto é, àquelas que poderíamos ir buscar às Índias Orientais e Ocidentais [...].
Para lá das vantagens trazidas pela entrada de uma maior quantidade de dinheiro em moeda no reino, é certo que um milhão de pessoas que definham pela ociosidade ganhariam a vida nas manufacturas;
Que um número igualmente considerável ganhará a vida na navegação e nos portos de mar;
Que a multiplicação quase infinita das embarcações será também a multiplicação da grandeza e poder do Estado.
São estes, segundo o que entendo, os fins que devem votar-se a aplicação do rei, a sua bondade e o amor pelos seus.
P.Clement, Lettres, "Instructions et Mémoires de Colbert", em P. Deyon, ob. cit.

As medidas mercantilistas francesas basearam-se essencialmente no desenvolvimento interno. Inicialmente o Cardeal Richeleu (1º ministro de Luís XIII), empenhado em vencer a concorrência da Holanda, estimulou a construção naval, a de novos portos e a fundação de grandes companhias mercantis para o comércio colonial. Porém, foi apenas Jean-Baptiste Colbert (ministro de Luís XIV) quem desenvolveu o mercantilismo francês. Ele engrandeceu a economia francesa através do aumento da produção manufactureira, fortaleceu o comércio externo e alargou as áreas coloniais e respectivo comércio, ao mesmo tempo que afastava a concorrência holandesa.


Proteccionismo e Mercantilismo

Baseado na prosperidade holandesa, houve um reforço das teorias que consideravam a actividade mercantil o motor da economia e riqueza dos povos. Mas veio também mostrar que para tal era necessário existir uma balança comercial favorável, ou seja o saldo existente entre as importações e as exportações deveria ser positivo. Com estas ideias, outros países europeus tentaram copiar o modelo económico holandês.
Foi em França e Inglaterra que foram praticadas as primeiras medidas proteccionistas, que se resumiram na adopção de políticas fiscais e alfandegárias que favoreciam as exportações e acabassem com as importações. O proteccionismo apoiou-se no mercantilismo, que orientou muitos economistas neste período.
Segundo o mercantilismo um país deveria ter uma grande quantidade de metais preciosos (ouro e prata), pois era nisso que se baseava a sua riqueza. Para tal, deveria ter uma grande actividade económica e, acima de tudo, manter a sua balança comercial favorável. Os Estado deveriam favorecer o desenvolvimento da sua produção interna, de modo a que não necessitem de comprar ao estrangeiro.

Domínios comerciais holandeses

A Holanda desenvolveu-se por causa do seu comércio dinâmico e rico. Como tinham muitos produtos, os holandeses vendiam-nos a preços baixos para de seguida os aumentarem, obtendo desta forma mais lucro. Começaram assim a dominar zonas que lhes fossem favoráveis ao comércio. A primeira zona dominada pela Holanda foi o Báltico. Como era calmo e de fácil navegação tornou-se um óptimo local de comércio. O Báltico permitiu aos holandeses importar produtos que tinham em falta, graças ao rápido e grande aumento da população.
Durante este tempo, os outros países da Europa estavam em guerras religiosas, e a Holanda aproveitou esse facto para comercializar e avançar no seu desenvolvimento, já que não estava em guerra. Aproveitou as crises dos outros para comprar produtos estrangeiros a preços mais diminuídos e vende-los aqueles que estavam em guerra e que, como tal, não tinham disponibilidade nem recursos para comercializar ou comprar produtos para si.
Outra zona de implantação do comércio holandês foi a Península Ibérica. Iam a Lisboa para comprar especiarias e a Sevilha prata americana. Além das especiarias, Lisboa também lhes fornecia o sal, que era necessário para conservar os produtos e as peles. Em troca forneciam aos Portugueses cereais e manufacturas.
A Holanda também aproveitou para ficar com as rotas do Mediterrâneo, pois esta zona entrou em crise, devido às fomes, epidemias e guerras.
Com todo este desenvolvimento, a Holanda decidiu lutar pela sua independência (na altura a Holanda pertencia a Espanha) e aventurar-se no comércio colonial, expansão ultramarina. A Holanda passou a comercializar com alguns países, pagando-lhes mais do que os portugueses e espanhóis pelos produtos. Também construíram feitorias e entrepostos comerciais em vários locais e companhias monopolistas (Companhia das Índias Ocidentais e Companhia das Índias Orientais). Fizeram várias conquistas espalhadas pelo mundo:
- em África conquistaram da Mina e fundaram uma colónia de emigração no Cabo;
- no Oriente expulsaram os Portugueses, criaram entrepostos comerciais e estenderam as rotas até á Ásia;
- na América perderam a Nova Amesterdão (Nova Iorque) para os ingleses e apenas ficaram com uma pequena parte das colónias.
Depois, com o desejo pelo açúcar, os holandeses fizeram várias tentativas para se instalarem nas colónias portuguesas do Brasil, onde implantaram territórios. Portugal só começou a tentar recuperar o Brasil quando conseguiu a restauração da sua independência e teve de pedir ajuda a Inglaterra. Conseguiram assim, mandar embora os holandeses, mas tiveram de abrir as portas aos ingleses e reconhecerem os seus territórios no oriente.

Conceitos

Bolsa
"Originariamente, o termo bolsa equivalia a feira, pois designava o lugar onde se reuniam os mercadores para efectuarem as suas transacções, quer em mercadorias, quer em capitais. Só a partir do século XVI a especulação financeira se separou da contratação de mercadorias, passando a fazer-se em locais próprios."


Banco
"Estabelecimento ou organismo financeiro que, em nome de um particular ou de uma sociedade, efectua operações económicas tendentes a realizar lucros sobre o numerário."

® Estabelecimento financeiro que realiza operações económicas, para obter um maior lucro. Um exemplo foi o Wisselbank ou Banco de Transferências de Amesterdão, em 1605. Este foi inicialmente feito para a realização de transferências, mas a partir de 1615, passou também a conceder empréstimos e a praticar investimentos.

Capitalismo comercial e financeiro
"Sistema económico caracterizado pelo predomínio do capital comercial sobre a produção, os bancos e as bolsas. Foi o tipo de capitalismo predominante na Europa até ao eclodir da Revolução Industrial."

® Sistema económico em que o capital vinha essencialmente do comércio, em vez da produção, bancos ou bolsas. Depois da Revolução Industrial foi substituído pelo capitalismo industrial.

Sociedade por acções
"Associação económica (com fins comerciais, financeiros ou outros) cujo capital activo resulta da junção de pequenos investimentos particulares e até, por vezes, anónimos. Os pequenos investidores privados não participavam directamente nos negócios e apenas comparticipavam nos lucros e prejuízos."

® Sociedades que eram criadas a partir de vários investidores particulares (ou até anónimos) para criar grandes capitais. A primeira do género foi a Companhia das Índias Orientais (1602) para a exploração do comércio colonial, que foi seguida por outras, tal como a Companhia das Índias Ocidentais (1621) criada para o tráfico com as Américas e a África Ocidental. Estas foram mais tarde tranformadas em companhias por acções.
® Local onde se faziam trocas de mercadorias e de capitais (feiras), mas a partir do século XVI, passaram a ser feitas trocas de capitais em edifícios próprios (bancos).

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Holanda

Como foi visto anteriormente a Holanda impôs-se perante a política de mare clausum dos povos ibéricos, que foi depois substituída pela política de mare liberum. A Holanda pode assim começar a desenvolver-se tanto a nível agrícola como a nível manufactureiro.
Agricultura:
Um dos objectivos foi aumentar a superfície cultivável. Para isso, foi construído um sistema de diques e canais, e foram utilizados moinhos de drenagem. Estas obras tornaram os holandeses peritos em hidráulica e mecânica.
Também melhoraram algumas das suas técnicas agrícolas (o cultivo trienal foi substituído pela rotação continua de culturas), a pastorícia e a criação de gado.
Tudo isto, fez com que a burguesia mercantil começasse a investir nas explorações agrícolas, o que fez com que houvesse um ainda maior desenvolvimento.
Manufactura:
A Holanda tinha uma grande diversidade de manufacturas. Tinha as indústrias têxteis (tinturia, calandragem, acabamento de panos), indústria de instrumentos de precisão (relojoaria, óptica, matemática, geometria), metalurgia, produção de papel, entre outras.
A mais importante foi a construção naval, pois era através do mar que eram realizadas as trocas comerciais. A indústria das pescas também foi muito importante. A Holanda aumentou a sua actividade piscatória para ajudar outros países que não comiam carne, vendendo-lhes peixe quando estes não o tinham.

Todo este desenvolvimento, fez aumentar as condições de vida holandesas, o que fez com que houvesse um crescimento demográfico. Este crescimento também se deu devido á tolerância holandesa (foi local de refugio para vitimas de perseguição político-ideológica, e religiosa).

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Análise

Documentos:

A.
Pretendemos servir a Deus e a sua Majestade, levar a luz aos que estão nas Trevas e também enriquecer.
Bernal Diaz, cronista da conquista do México

B.
Os Portugueses não favorecem em muitos lugares o alargamento da Fé, ou, na verdade, não lhe prestam nenhuma atenção, uma vez que apenas estão interessados na aquisição de riqueza.
Hugo Grotius, jurista holandês, em 1609

Estes dois documentos vão servir para demonstrar o que foi dito no post anterior. No documento A, o autor dá a ideia de que a expansão serviu essencialmente para espalhar a fé e a palavra de Deus, e que a riqueza foi considerada um “extra”. Esta ideia está errada.
No documento B o autor já dá uma ideia correcta dos acontecimentos. Como ele diz, “apenas estão interessados na aquisição de riqueza”, o alargamento da fé foi como que uma desculpa para todos aqueles que iam

Hegemonia Ibérica - O Fim

A hegemonia de Portugal e Espanha foi bastante contestada pelos outros povos europeus, assim, a partir de meados do séc. XVI, estes dois países começaram a ser ameaçados por alguns países europeus. O primeiro foi a Holanda, fazendo ataques às embarcações e aos domínios coloniais, e transmitiam as verdadeiras razões pelas quais os povos ibéricos iniciaram a expansão (riqueza e não fé) incentivando, assim, outros países a juntarem-se a eles. Isso resultou, pois a eles juntaram-se depois os Franceses e Ingleses. Juntos, acabaram com o princípio de mare clausum e mudaram-no para o de mare liberum, no qual o direito de descoberta foi substituído pelo direito de conquista.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Aqui está agora um pequeno filme sobre os descobrimentos portugueses. (Este vídeo foi retirado do youtube e está identificado pelos seus autores).

domingo, 7 de novembro de 2010

Expansão Espanhola

Como foi dito anteriormente, os espanhóis basearam a sua Expansão na conquista territorial, essa conquista foi mais concentrada nas regiões da América Central e do Sul. Através da força, de armas de fogo e com a utilização do cavalo, os espanhóis conseguiram conquistar várias populações, tais como os Astecas no México (1519-1521), os Maias na Guatemala (1523-1525) e os Quichuas ou Incas no Peru (1533). Esta conquista foi realizada num período relativamente breve (por volta do séc. XVI estava praticamente concluída).
A principal motivação do Império Espanhol foi a “caça” ao ouro e prata, bastante abundante nas áreas conquistadas. A prata era o material mais explorado, pois a partir dela faziam fusões com o chumbo e, mais tarde, com o mercúrio. Os espanhóis puseram os índios e alguns africanos (os últimos comprados aos portugueses) a trabalhar maioritariamente nas minas. Estes trabalhavam durante várias horas e dias com péssimas condições. Quase todos eles acabavam por ganhar doenças e morrer, no entanto, aqueles que depois lá nasciam já ficavam mais resistentes e habituados àquele tipo de vida. Para os índios foi mais complicado do que para os africanos lá instalados, pois ao contrário dos primeiros, os africanos já conheciam e praticavam escravatura no seu país.
Tal como os portugueses fizeram, também Espanha criou casas para a exploração do comércio colonial. A espanhola foi a Casa da Contratação que se localizava em Sevilha, porque era lá que se concentrava o comércio, estava perto do mar e o seu porto era o mais utilizado. Sevilha passou a ser o centro, pois era onde chegava o ouro e a prata. Deixam de existir os extremos (Portugal) para onde iam as especiarias, pois Espanha possuía o ouro e a prata – os dois materiais necessários para comercializar.

Comércio Oriental e Monopólio Régio

Em 1498, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia. Este foi um dos maiores feitos dos Portugueses, pois depois desta descoberta o seu império comercial teve um grande crescimento. Também permitiu que outros países europeus, mais tarde, pudessem vir a desenvolver o comércio intercontinental e mundializar a economia. Portugal, passou assim a dominar o comércio de especiarias, o mais procurado na altura de vido á sua extrema raridade e grande utilidade.
Na índia foi encontrada muita resistência, mas os Portugueses não desistiram. Criaram fortalezas que serviam para protecção contra os Muçulmanos (estas tinham muitos portugueses por uma questão de precaução) e feitorias. Através disto e das suas alianças com os príncipes índios, que se juntavam aos portugueses porque estes lhes prometiam mais vantagens (questões de concorrência), conseguiram expulsar os Muçulmanos.


No ano de 1505, D. Manuel I estabeleceu um regime económico – o monopólio régio ou estatal. Este regime permitiu que o Estado tivesse total exclusividade do comércio e exploração das zonas coloniais. Para isso foi criada a Casa da Índia, que fazia a supervisão e organização de todas as importações e exportações feitas em Portugal. Todos os navios que chegassem eram logo revistados para terem a certeza de que não existiam produtos escondidos. Qualquer indivíduo que fosse descoberto a fazer comércio clandestino ficava praticamente sem nada. D Manuel deu como justificações a este regime o facto de ele ter gasto muito dinheiro e de ter posto em risco e perigo muitas pessoas durante o longo período da expansão e descobertas.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Comércio Atlântico

As zonas mais exploradas pelos portugueses foram a costa ocidental de África, o Brasil e a Índia. A costa ocidental de África foi a primeira, e logo que se estabeleceram os primeiros contactos, os portugueses começaram a exploração comercial através de duas formas de empreendimentos. A primeira, foram as viagens de prospecção e penetração até ao interior de África. Estas permitiram aos portugueses irem ao encontro dos nativos, e assim, comunicar com eles e efectuar trocas comerciais. Além disso, a Coroa Portuguesa concedia arrendamentos temporários (através de contratos) que serviam para avançar e evoluir com as explorações, e consequentemente, ganhar mais formas de comércio. Um dos que mais se destacou foi o arrendamento a Fernão Gomes. A segunda forma de empreendimento foi o estabelecimento de entrepostos comerciais (“local ou praça de comércio onde se estabeleceram depósitos ou armazéns de mercadorias trazidas de outras partes e que ali são trocadas, vendidas ou levadas a outros mercados”) em zonas propícias ao tráfico. Muitos desses postos eram móveis e temporários. Nas zonas com melhores condições foram construídos postos fixos de comércio, aos quais se dá o nome de feitorias-fortaleza. As feitorias (“colónias de carácter exclusivamente comercial; casas que os soberanos tinham no estrangeiro para tratarem dos seus interesses económicos”) mais importantes localizadas em África foram as de Arguim e da Mina.
Depois do comércio africano (realizado pelas rotas da Guiné e da Mina) passou a existir uma nova rota, a do Brasil a partir de 1500. Assim, foi originado o comércio triangular.

Expansão Portuguesa

Os portugueses foram verdadeiros pioneiros no arranque da expansão ultramarina que foi iniciada por D. João I (1ºrei da 2ª dinastia).
O Infante Henrique, um dos seus filhos, foi muito importante no inicio da Expansão porque foi ele que preparou a maioria das viagens que se fizeram á Costa Africana. Esta Expansão foi apoiada pelos diferentes grupos sociais, cada um por diferentes motivos: o rei queria mostrar o seu poder e grandeza e resolver os problemas económicos do país; a nobreza queria mais terras, cargos e mão-de-obra para a agricultura; o clero queria combater os Muçulmanos e aumentar os rendimentos; a burguesia queria mais lucros e novos mercados para o comércio; o povo queria melhorar a sua vida emigrando para as terras descobertas.
Mas não bastava a sociedade portuguesa apoiar a Expansão, eram necessárias condições. No séc. XV, Portugal tinha um conjunto de condições que lhe permitiram ser o 1º país europeu a iniciar a expansão marítima, tais como a estabilidade política e o clima de paz, a situação geográfica do país (com uma extensa costa marítima), o apoio do rei às actividades marítimas e á construção naval, a experiência nas actividades ligadas ao mar (como a pesca e o comércio marítimo) e os conhecimentos de técnicas e instrumentos de navegação utilizados por povos do Oriente e trazidos pelos Muçulmanos e Judeus.
Podemos dizer que a Expansão marítima iniciou-se no ano de 1415, com a conquista de Ceuta (cidade do Norte de África dominada pelos Muçulmanos). No entanto a conquista de Ceuta foi um fracasso económico porque os Mouros desviaram as rotas de comércio para outras cidades do Norte de África e Ceuta passou a ser constantemente atacada Depois disto começou o rumo dos mares, ou seja, da exploração do Atlântico Sul pela costa ocidental africana. Este rumo começou no tempo de D. João I e perdurou nos reinados de D. Duarte, D. Afonso V, e D. João II.
Em 1498, foi descoberta a Índia por Vasco da Gama, e em  1500 foi descoberto o Brasil por Pedro Álvares Cabral (ambos no reinado de D. Manuel I). Assim Portugal passou a abranger quase todas as áreas do globo (Brasil, África, Índia e Timor). A antiga rota das especiarias, através do Mar Vermelho, dominada por Veneza, foi assim substituída pela rota do Cabo, controlada pelos Portugueses.

Expansionismo Europeu

Como vimos anteriormente, a Europa sofreu uma crise económica, política, entre outras, no séc. XV á qual se deu o nome de Grande Depressão. Tudo isto fez com que existissem diversas carências e a solução encontrada foi partir para além-mar, apesar de todos os medos relacionados com lendas tais como a do “mar tenebroso” cheia de monstros e a do Adamastor.
Claro que existiram motivações a vários níveis para começar esta Expansão, mas as que mais a influenciaram foram as motivações económicas. Acho que podemos dizer que estas foram a falta de cereais, a falta de ouro, a falta de matérias-primas e de mão-de-obra para a produção (agrícola e manufactureira, o alargamento da área de pesca e a tentativa de evolução da indústria.
Os primeiros europeus a iniciarem a Expansão ultramarina e a construírem impérios coloniais foram Portugal e Espanha, os povos ibéricos. No entanto, houveram diferenças entre estes dois impérios. Enquanto os espanhóis basearam-se principalmente na conquista territorial, os portugueses basearam-se na exploração e descoberta, até porque não tinham capacidade e/ou população para conquistarem e lutarem.
No entanto, existiram alguns problemas entre Portugal e Espanha. Em 1492, o navegador Cristóvão Colombo, ao serviço dos reis de Espanha, iniciou uma viagem para atingir a Índia, navegando para ocidente. Nesta viagem chegou a um novo continente, a América. D. João II, seguindo o Tratado de Alcáçovas, reclamou esse território para Portugal, mas Espanha recusou-se a entregá-lo por terem sido terras descobertas ao seu serviço. Com a intervenção do papa foi assinado um novo tratado chamado Tratado de Tordesilhas que dividiu o mundo em duas partes.

sábado, 30 de outubro de 2010

Êxodo Rural

Os séculos XV a XVII foram na sua maioria rurais, cerca de 80% da população trabalhava nos campos. No entanto essa situação foi mudando devido a uma estagnação da economia agrária.
Um dos factores que deu origem a essa estagnação económica foi a relação existente entre os proprietários e os trabalhadores. Os trabalhadores viviam uma situação instável, pois a qualquer momento podiam ser despedidos. Isso em conjunto com as corveias (dias que o trabalhador tinha de dispensar para trabalhar nas terras do rei) e os impostos faziam com que os trabalhadores não se quisessem esforçar e melhorar e investir na terra.
Depois também haviam os acidentes climáticos e as guerras, de origem essencialmente económica, que faziam com que existisse uma menor produção e os preços e impostos aumentassem, o que dava origem a doenças, pestes e fome e, consequentemente, levava á morte.
Todos estes factores fizeram com que houvesse uma saída para os centros urbanos. As pessoas dirigiam-se para as grandes cidades que dispunham de boas posições geográficas, assim como boas condições que levava á criação de feiras e mercados.

domingo, 10 de outubro de 2010

Documentos e Fontes Históricas

É impossível passar pela vida e não deixar marcas, tais como objectos, cartas, ou até histórias. “Todo e qualquer vestígio do passado, de qualquer natureza”, assim são definidos os documentos e/ou fontes utilizados pela História para estudar e saber mais sobre os nossos antepassados. Porém, quantas vezes já não foi tentada a falsificação de documentos históricos? Bastantes, por isso existe a Heurística. Uma ciência especial que serve só para cuidar da verificação e investigação da autenticidade das fontes históricas.

Porém as fontes não são identificadas todas da mesma forma, elas são divididas em primárias e secundárias:

PRIMÁRIAS
Orais: testemunhas das pessoas vivas; lendas.
Não Escritas: utensílios e instrumentos da civilização material; monumentos; paisagens; restos arqueológicos; obras de arte; fotografias.
Escritas: cartas; diários; leis; obras literárias; jornais; anúncios; inscrições em pedra e outros materiais.

SECUNDÁRIAS
Investigações de outros historiadores; contribuições de outras ciências.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Algumas frases sobre História


"Sem a História nós estaríamos num eterno recomeço, não teríamos como avaliar os erros do passado, para não errarmos novamente no futuro." (Rafael Hammerschmidt)
"A História como registo consiste em três estados, tão habilmente misturados que parecem ser apenas um. O primeiro é o conjunto dos factos. O segundo é a organização dos factos para que formem um padrão coerente. E a terceira é a interpretação dos factos e do padrão." (Henry Steele Commager)
"O homem não vive somente de pão; a História não tinha mesmo pão; ela não se alimentava se não de esqueletos agitados, por uma dança macabra de autómatos. Era necessário descobrir na História uma outra parte. Essa outra coisa, essa outra parte, eram as mentalidades." (Jacques Le Goff)
"A História procura especificamente ver as transformações pelas quais passaram as sociedades humanas. As transformações são a essência da História; quem olhar para trás, na História de sua própria vida, compreenderá isso facilmente. Nós mudamos constantemente; isso é válido para o indivíduo e também é válido para a sociedade. Nada permanece igual e é através do tempo que se percebe as mudanças." (wikipédia)

Espaço

Depois de analisarmos o tempo também é muito importante analisarmos o espaço, pois nem todos os locais evoluem e se desenvolvem ao mesmo ritmo. Assim foi o caso da Revolução Industrial que começou em Inglaterra na segunda metade do séc. XVIII, mas noutros países apenas começou no séc. XX como o caso da Austrália. Podemos então estudar os factos históricos de uma forma diacrónica e/ou sincrónica. A diacronia é o eixo do tempo que se refere ao desenvolvimento ou sucessão de acontecimentos. A sincronia é o eixo coordenador do tempo que se refere às simultaneidades de factos ou fenómenos históricos.

Tempo

Como vimos antes, o tempo é algo muito importante na História, bem como a cronologia. Assim, para facilitar os historiadores, o tempo histórico foi dividido em periodizações. Um exemplo de uma periodização nacional é a das 3 dinastias que divide o tempo pelos seus reinados. Aqui está agora aquela que durante muito tempo foi a mais adoptada nos países orientais:
 
Períodos Históricos
Pré-história
Idade da Pedra
Paleolítico
Mesolítico
Neolítico
Idade dos Metais
Idade do Cobre
Idade do Bronze
Idade do Ferro
Idade Antiga
Antiguidade Oriental
Antiguidade Clássica
Antiguidade Tardia
Idade Média
Alta Idade média
Baixa Idade Média
Idade Média Plena
Idade Média Tardia
Século XV
Idade Moderna
Século XVI
Século XVII
Século XVIII
Idade Contemporânea
Século XIX
Século XX
Século XXI

No século XX, muitos historiadores começaram a dar mais importância à história social e económica. Esta nova análise fez passar a ter mais em consideração o tempo breve (acontecimentos), o tempo médio (conjunturas) e o tempo longo (estruturas), sendo este último o mais valorizado.