segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A Grande Depresão

O imenso entusiasmo antes sentido na década de 20, conhecida com a “era de prosperidade”, fez despoletar um enorme crescimento de operações de crédito, dando à população a ideia irreal da sua condição económica. Tudo isto porque apenas detinham mais bens e não mais poder económico, o que tornava esta prosperidade frágil, pois as pessoas ficavam extraordinariamente endividadas. Assim surgiu uma crise que, apesar de ter irrompido nos EUA em 1929, depressa se alastrou ao restante globo.
A evidência dos primeiros sinais de recessão pode ser um pouco discutível, pois tanto se pode situá-los em 1923 (com a hiper-inflação da Europa), em 1926 (com o aumento do desemprego agrícola nos EUA) ou em 1927/1928 (com a superprodução e consequentemente a destruição dos stocks).
A 24 de outubro de 1929, dia conhecido por quinta-feira negra, deu-se um crash bolsista, no qual mais de 40 milhões de ações foram postas à venda a preços reduzidos, dando origem à Grande Depressão dos anos 30. A economia quase que parou e falências, ruína de um incontável número de pequenos investidores, desemprego, miséria, colapso económico foram algumas das suas consequências, que levaram depois a uma conjuntura de deflação.
                        

Devido à sua dependência pela em relação aos EUA, a Europa foi automaticamente afetada por esta crise, originando falências de bancos, e cortes de créditos levando À ruína de diversas empresas. Os países mais prejudicados foram a Alemanha, Inglaterra e Áustria. A moeda desvalorizou e os preços inflacionaram, desordenando os pagamentos internacionais e complicando as relações mercantis.

De seguida foram as colónias e os países subdesenvolvidos asiáticos e africanos a serem afetados, pois as grandes potências deixaram de importar as matérias-primas. A crise mundializou-se, sendo que o único não afetado foi a URSS, que como não se encontrava num regime capitalista e não mantinha relações com o exterior não sofreu com a crise.

 
Além de tudo isto, a crise económica provocou graves problemas sociais, tais como manifestações, greves, desemprego, etc. Os empregados olhavam apreensivos para aqueles que pediam serviço às portas das fábricas como mão-de-obra mais barata, os agricultores queixavam-se do abandono a que eram sujeitos pelo governo, a tensão racial aumentava, as classes médias achavam-se com mal-estar e nervosismo, os estrangeiros dificilmente obtinham licenças de trabalho. A vida estava cada vez mais difícil e os antagonismos sociais evidenciavam-se. Todos (agricultores, industriais, patrões, desempregados…) contestavam pela intervenção do Estado com insistência, como último recurso.
A Grande Depressão de 1929 veio por em evidência todas as fraquezas do capitalismo e da democracia liberal:
  • para os comunistas a crise era consequência das incoerências do capitalismo que acabaria na crise geral do sistema e na sua autodestruição, sendo logo altura perfeita para reforçar a luta de classes, com vista à revolução;
  • os socialistas defendiam que para acabar com a crise necessitava-se de reformas no sistema que garantissem uma mais justa distribuição da riqueza, uma socialização da economia;
  • outros pensavam que somente um Estado forte podia defender o país da ruína.
De qualquer forma, a crise veio pôr em causa todo o sistema capitalista liberal e o parlamentarismo. Assim, durante a década de 30, os EUA e a Europa iriam sofrer graves transformações políticas.
  

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