A evidência dos primeiros sinais de recessão pode ser um pouco discutível, pois tanto se pode situá-los em 1923 (com a hiper-inflação da Europa), em 1926 (com o aumento do desemprego agrícola nos EUA) ou em 1927/1928 (com a superprodução e consequentemente a destruição dos stocks).
A 24 de outubro de 1929, dia conhecido por quinta-feira negra, deu-se um crash bolsista, no qual mais de 40 milhões de ações foram postas à venda a preços reduzidos, dando origem à Grande Depressão dos anos 30. A economia quase que parou e falências, ruína de um incontável número de pequenos investidores, desemprego, miséria, colapso económico foram algumas das suas consequências, que levaram depois a uma conjuntura de deflação.
De seguida foram as colónias e os países subdesenvolvidos asiáticos e africanos a serem afetados, pois as grandes potências deixaram de importar as matérias-primas. A crise mundializou-se, sendo que o único não afetado foi a URSS, que como não se encontrava num regime capitalista e não mantinha relações com o exterior não sofreu com a crise.
Além de tudo isto, a crise económica provocou graves problemas sociais, tais como manifestações, greves, desemprego, etc. Os empregados olhavam apreensivos para aqueles que pediam serviço às portas das fábricas como mão-de-obra mais barata, os agricultores queixavam-se do abandono a que eram sujeitos pelo governo, a tensão racial aumentava, as classes médias achavam-se com mal-estar e nervosismo, os estrangeiros dificilmente obtinham licenças de trabalho. A vida estava cada vez mais difícil e os antagonismos sociais evidenciavam-se. Todos (agricultores, industriais, patrões, desempregados…) contestavam pela intervenção do Estado com insistência, como último recurso.
A Grande Depressão de 1929 veio por em evidência todas as fraquezas do capitalismo e da democracia liberal:
- para os comunistas a crise era consequência das incoerências do capitalismo que acabaria na crise geral do sistema e na sua autodestruição, sendo logo altura perfeita para reforçar a luta de classes, com vista à revolução;
- os socialistas defendiam que para acabar com a crise necessitava-se de reformas no sistema que garantissem uma mais justa distribuição da riqueza, uma socialização da economia;
- outros pensavam que somente um Estado forte podia defender o país da ruína.
De qualquer forma, a crise veio pôr em causa todo o sistema capitalista liberal e o parlamentarismo. Assim, durante a década de 30, os EUA e a Europa iriam sofrer graves transformações políticas.
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