segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

1ª República

O período da 1ª República (de 1910 a 1926) foi complicado e com graves problemas tanto de origem interna como externa (devido à 1ª Guerra que fez aumentar a inflação entre outros).
A nível interno, em primeiro lugar, as dificuldades surgiram pelos obstáculos causados pela oposição ao regime (apoiado pelos setores mais conservadores – Igreja, notáveis do regime anterior e alguma alta burguesia) que estava descontente com o facto de a legislação proclamada pela República ter um caráter demasiado popular e social, não estando assim disposta a cooperar com o regime. Esta oposição organizou-se em torno de um movimento dogmático, conservador, elitista e utópico, de nome Integralismo Lusitano. Era radical e agressivo, estando na proveniência de diversas tentativas de restauração da monarquia. Apoiou a ditadura sidonista e foi quem esteve por detrás da Monarquia do Norte que sobreviveu à vigência da 1ª República. As lutas internas dividiram a nação e destroçaram a República, tomando aspeto de uma guerra civil.
Em segundo lugar, o país encontrava-se com péssimas condições económico-social, principalmente devido aos anos da monarquia. Além de se manter maioritariamente agrícola, o país detinha uma indústria atrasada e um comércio debilitado. Todavia a agricultura revelava-se contumaz à modernização. Com a produção insuficiente, era constante a carência de produtos, e a inflação, levando à desvalorização da moeda e ao défice da balança de pagamentos. Esta situação compreendia o desagrado e o alvoroço social. Nos primeiros anos da República houve uma vontade de alterar e melhorar as condições sociais das classes mais desfavorecidas (a sua principal base de apoio), ao mesmo tempo que irromperam as greves e manifestações, e ressurgiu o sindicalismo lusitano. As dificuldades governativas, o desagrado da burguesia e o agravamento da situação interna do país (entrada na 1ª Guerra Mundial) fizeram com que se verificasse um atraso na política social e democrática da República. Isto agradou à alta burguesia (com quem a República tentou uma reconciliação em 1919) mas, marcou a sua separação progressiva das classes sociais, sendo que a agitação social continuou até ao fim do regime, cada vez mais forte.
Por fim, em terceiro lugar, a instabilidade política que representou a 1ª República, e que ocorreu devido à forma governativa democrática, mas porém causadora de dificuldades. Esta caracterizava-se pela supremacia das câmaras eletivas sobre os órgãos do poder executivo, de eleição indireta ou de nomeação. Na verdade, durante os quinze anos e meio da República, foram assinalados 45 governos, 8 eleições presidenciais (porém apenas 7 presidentes) e 9 eleições legislativas. Esta instabilidade tem sido atribuída às lutas político-partidárias constantes que se faziam sentir no Congresso. As diferenças foram logo visíveis após a instauração da República, levando à divisão do Partido Republicano e ao surgimento de novos (Partido Democrático; Partido Evolucionista; Partido da União Republicana). Depois, na segunda metade do regime, outras forças foram ganhando força no Congresso (Democráticos, Reconstituintes, Independentes, Governamentais, Católicos, Socialistas, Esquerdistas e Monárquicos), que mostraram a diversidade de opiniões bem como de posições políticas que a 1ª República enfrentou.
A partir de 1923 a situação do país começou a melhorar, através de reformas na educação e na segurança social, redução da dívida pública, entre outros. Porém, não iria faltar muito para o fim da 1ª República.

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