quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Concentração Industrial e Bancária

Depois, durante o passar do século XIX, principalmente no final deste, verificou-se uma formação de unidades fabris cada vez maiores, tanto em relação ao número de operários, como ao tamanho das instalações e à capacidade produtiva. Esta evolução atingiu a organização e gestão dessas fábricas, que tiveram a necessidade de criar novos departamentos, como o de tesouraria, de vendas e de administração, entre outros. Foi assim formada a empresa industrial (tal como a conhecemos nos dias de hoje).
As diversas e constantes crises económicas juntamente com a livre concorrência originaram a concentração industrial, obrigando as indústrias a terem que se fortificar a nível económico para conseguirem sobreviver e vencer as outras. Contudo, esta concentração nunca poderia ter ocorrido sem o crescimento dos meios financeiros (criação de novos bancos públicos e privados, crescimento da moeda fiduciária…).
No decorrer do tempo da 1ª Revolução Industrial, uma grande parte das fábricas tinham apenas um proprietário, sendo por vezes propriedade de uma sociedade familiar. No entanto, as exigências de crescimento (actualização de máquinas, contratação de mais empregados…), ocorridas numa época de livre concorrência, fizeram com que para conseguirem obter o capital de que necessitavam, muitas empresas tivessem que recorrer ao crédito, ajudando assim no seu desenvolvimento e evitando a falência da mesma. Por conseguinte, numerosas empresas transformaram-se em sociedades por acções, sendo a maior parte organizadas como sociedades anónimas (o que tornava mais difícil o monopólio de acções e impedia o banco de controlar o mercado financeiro).
Sendo assim, o capitalismo financeiro, corporalizado por diversas sociedades financeiras e bancos, atingiu o seu máximo e passou, a partir da compra de acções e de crédito, a dominar uma grande maioria das indústrias.
Todavia não foi apenas pelo alargamento da produção na empresa que se fez o o processo de concentração industrial (que originava a sua dilatação a todos os níveis), fez-se também pela fusão de outras indústrias (o que levou a tendências monopolísticas).
Este processo possuiu duas modalidades:
Concentração Vertical também se podendo chamar integração, nesta concentração uma indústria forte complementava-se com outras menores, da mesma região, e cujas produções competiam pelo mesmo produto. Isto foi mais utilizado nas indústrias têxteis e siderúrgicas, de forma a monopolizar a produção e também a comercialização do produto em questão. Este tipo de concentração pode, em relação à sua gerência colectiva, dividir-se em trusts (quando existia apenas uma sociedade e uma gestão) e holdings (quando cada indústria era independente na sua produção, mas eram controladas por uma gestão comum).
Concentração Horizontal quando a concentração se realizava dentro do mesmo ramo de actividade, fazendo com que a empresa reunisse mais capital e mão-de-obra, mas continuasse na mesma actividade. Estas podiam originar cartéis (tipo de associação na qual as unidades de produção continuam independentes a nível técnico, financeiro e jurídico, tendo porém uma gerência comum para tomarem decisões conjuntas em relação ao montante dos preços, às quotas de produção e à divisão dos mercados). Assim, acabava com a concorrência e estabilizava os mercados.

Estas associações, a partir dos finais do século XIX, passaram a concretizar-se internacionalmente, passando a poderosas multinacionais.

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