quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Racionalização do Trabalho

A industrialização marcou bastante os séculos XIX e XX devido às importantes modificações que causou na vida económica e no processo de produção.
Inicialmente foi instalada a maquinofactura (também chamada de modo de produção industrial), para satisfazer as ambições de lucro dos fabricantes e comerciantes. Como consequência foi originada a fábrica, a qual passou a ser a principal base da produção industrial, onde inúmeros operários se concentravam, juntamente com todas as máquinas e instrumentos laborais (concentração técnica), por ser mais espaçosa e mecanizada do que a maquinofactura. O seu objectivo era produzir o mais possível com menores custos.
Os danos da fábrica querendo rentabilizar a sua produção, não só introduziram horários rígidos aos seus operários como os vigiavam de modo a não haver um afrouxamento do ritmo de produção, ou turnos de funcionamento, visto que muitas fábricas passaram a ter turnos diurnos e nocturnos.
A partir de certa altura, devido a necessidade dos industriais venceram a concorrência e obterem cada vez mais lucro, eles começaram a preocupar-se com a rentabilização do trabalho. Assim, foi feita a divisão do trabalho e a especialização de tarefas, onde os operários se dividiam e se especializavam apenas numa parte do produto acabado. Com vista a reduzir o “tempo morto”, o produto circulava, de grupo em grupo, em passadeiras rolantes (cadeiras de montagem). Isto veio aumentar a produção, já que não havia um operário a fazer todo o produto, mas sim a fazer apenas uma parte do mesmo, na qual eram especialistas, e portanto demoravam menos tempo e produziam mais, o que fez aumentar os lucros e diminuir os preços.
Devido a toda a especialização, os operários passaram a trabalhar quase que automaticamente  repetindo sistematicamente uma função – automatização dos actos – perdendo a sua “independência” e levando à desumanização.
Estes métodos começaram em Inglaterra, porém foram aperfeiçoados na Alemanha e nos EUA.  Nos EUA foi mesmo criado o taylorismo (doutrina de racionalização do trabalho que tende aumentar o rendimento). O taylorismo foi bastante importante para diminuir os custos dos produtos finais permitindo a sua colocação no mercado de forma acessível para os consumidores. Além disso, também ajudou a consolidar a produção e o consumo de massa.
A massificação da produção e a racionalização do trabalho, fizeram impossibilitar os trabalhos feitos por medida e as peças únicas, logo a produção passou a ser uniforme e padronizada. A este processo denominou-se de  estandardização que tornou possíveis novos processos de comercialização relacionados com o consumo de massas.
Todas estas alterações fizeram com que, para conseguirem sobreviver À concorrência, os industriais tivessem que recorrer aos bancos e a outras formas de financiamento, acabando por cair na dependência do capitalismo financeiro. Iniciou-se então a capitalização da economia industrial.
Resumindo, podemos definir o modo de produção industrial e capitalista por:
  • Uma concentração dos trabalhadores e dos meios produtivos nas fábricas (as instalações destinadas ao processo produtivo);
  • Mecanização crescente do processo laboral e contínua actualização e modernização do equipamento;
  • Disciplinação do trabalho proletário e racionalização do processo de produção, com o propósito de uma crescente obtenção de lucros;
  • Progressiva separação entre os patrões (capital) e os trabalhadores (trabalho).

Sem comentários:

Enviar um comentário