segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resistência ao Liberalismo em Portugal

Apesar da grande parte da população ser apoiar a revolução, também existia quem estivesse contra a mesma, e iam reunindo em torno da rainha D. Carlota Joaquina e do seu filho D. Miguel, ambos absolutistas. Assim, aproveitando algumas condições de descontentamento que fizeram aumentar a oposição absolutista do país (independência do Brasil que fazia com que a balança comercial portuguesa se tornasse desfavorável; mentalidade religiosa de uma parte da população que, consequentemente, não se identificava com a legislação vintista; movimentos absolutistas a ocorrer na Europa tentando contrariar as revoluções liberais), D. Miguel preparou a contra-revolução.
Esta começou com um movimento denominado de Martinhada em 1821, que teve como objectivo substituir a lei eleitoral por uma menos democrática.
De seguida, de 27 de Maio a 3 de Junho de 1823, deu-se a Vila Francada, que ocorreu também devido ao facto de em Espanha a monarquia estivesse a ser restaurada. D. Miguel redigiu um Manifesto ao Portugueses e, o rei, para acalmar o filho nomeou-o Comandante-chefe do Exército e constituiu um novo Ministério. Foi ainda prometida também uma nova Carta Constitucional, mas esta não chegou a ser decretada.
Por fim, deu-se a Abrilada, em Abril de 1824. Aqui, D. Miguel prendeu no Castelo de S. Jorge e na Torre de Belém importantes personalidades liberais e leu às tropas um documento no qual estaria mencionada uma tentativa de assassínio da família real por parte dos liberais. Mais uma vez, foi D. João VI que interveio, exonerando D. Miguel dos seus cargos e mandando-o para o exílio em Viena de Áustria.


Em 1826, surgiu uma nova dificuldade com a morte de D. João VI e a sua secessão no trono, visto que D. Miguel, o herdeiro, era o imperador do Brasil e D. Miguel era um assumido absolutista exilado. No entanto, consciente deste problema, D. João VI deixara instruções para que, perante a sua morte, fosse criado um Conselho de Regência e a sua filha, a infanta D. Isabel Maria, ficasse a presidir. Esta resolveu solicitar por auxílio ao seu irmão D. Pedro, que redigiu uma Carta Constitucional, que substituiria a Constituição de 1822, e que era mais moderada e menos democrática. Depois, abdicou do seu direito à Coroa e estipulou que a sua filha deveria casar com o tio (D. Miguel), e este iria jurar a Carta Constitucional e assumir a regência durante a menoridade da sobrinha. A princípio, D. Miguel concordou, mas ao regressar usou abusivamente do poder e proclamou-se rei absoluto.
Perante isto, foi criada a resistência que foi mais tarde comandada por D. Pedro, que desistiu do seu cargo no Brasil. Formou um exército e um pequeno governo na Ilha Terceira ao qual deu o nome de Regência Liberal e que tinha como objectivo conseguir angariar apoios para a acção libertadora. Esta começou com o cerco do Porto, e a partir daí tudo correu a favor dos liberais. Por fim, em 1834, D. Miguel rendeu-se e assinou a Convenção de Évora Monte.
Esta vitória determinou o fim definitivo do absolutismo em Portugal, mas não pôs o fim das guerras civis internas entre os liberais vintistas (adeptos da Constituição de 1820) e os cartistas (adeptos da Carta Constitucional). A vitória repôs também a Carta Constitucional.

2 comentários:

  1. Proponho a troca do título do artigo de "Resistência ao Liberalismo Português" para "Resistência Portuguesa ao Liberalismo".

    Não existe "liberalismo português", existe "liberalismo em Portugal".

    Os meus cumprimentos.

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  2. No ultimo paragráfo é fim do absolutismo, não liberalismo.

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