Em finais do século XIII, início do século XIX, existiram diversas situações que criaram um forte descontentamento aos portugueses. Estas podem ser divididas em razões políticas, económicas e sociais.
A nível político, a ida da Corte para o Brasil fazia com que Portugal se sentisse quase como uma colónia da sua principal colónia. Além disso, através dos estrangeirados (grupo de portugueses intelectuais, dos séculos XVIII e XIX, que se interessavam pelas novidades culturais inglesas e, principalmente, francesas), dos exilados portugueses no estrangeiro (fugidos à perseguição de Pina Manique, o intendente-geral da Polícia portuguesa, que iam maioritariamente para Londres e Paris), dos imigrantes franceses (fugidos do Terror) e dos membros da maçonaria (sociedade secreta cuja doutrina tem como rótulo a fraternidade e a filantropia universais e que usa como símbolo os instrumentos do pedreiro e do arquitecto, o triângulo e o compasso), o povo português entrou em contacto com os ideais iluministas e com o liberalismo. Depois, o facto de o general inglês Beresford estar praticamente a comandar Portugal e voltar a colocar em vigar a Inquisição, perseguindo os liberais, e usando esse poder de um forma abusadora e desagradada pelos portugueses.
A nível social, os portugueses encontravam-se bastante descontentes e com os ideais iluministas incutidos, o que fazia com que tivessem vontade de se revoltar, principalmente a burguesia que foi a causadora da Revolução. Pode-se então concluir que existiam em Portugal todos os factores favoráveis a uma Revolução Liberal, a qual vai ter início em 1820.