sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Novas Potências


 

Apesar de a Inglaterra ter sido a primeira a desenvolver a sua indústria, muitos países a seguiram, tendo aproveitado os conhecimentos e as descobertas britânicas para assim chegarem ao seu ponto de maturidade (altura de melhor/maior desenvolvimento) e tornarem-se economicamente independentes mais rapidamente, embora cada uma no seu próprio ritmo.
Ao longo do século XIX o país mais próximo da Inglaterra era a Bélgica, devido à sua ligação com os Países Baixos que eram bastante desenvolvidos. Todavia, no decorrer do tempo, devido ao seu desenvolvimento e às suas potencialidades, surgiram novas potências, tanto a nível europeu como exterior, estando quatro em destaque. Essas quatro são a Alemanha e a França, a nível europeu, e o Japão e os EUA, a nível exterior.

A Alemanha, apesar de se ter desenvolvido mais tardiamente do que o da Grã-Bretanha, devido às consequências políticas sofridas pela unificação, fê-lo de uma forma mais acelerada. Este desenvolvimento começou pela metalurgia e pela siderurgia, mais especificamente, o aço e o ferro, isto porque ambos eram duas das suas principais potências naturais, entre muitas outras. Mais tarde começou a desenvolver a produção de carvão, a construção naval, as indústrias químicas e de electricidade (que vieram a mostrar-se ser uma grande mais valia no futuro) e a expansão dos caminhos-de-ferro…


Com um arranque muito tardio, a França aproveitou o facto de, com a sua Revolução Liberal, ter recebido diversos estrangeiros, sendo uma grande parte indivíduos cultos tais como cientistas, filósofos e homens de letras, que contribuíram para o desenvolvimento e o surgimento do país. Contudo, o seu desenvolvimento foi bastante lento, visto que esta se havia centrado sempre na agricultura. Assim, começou por desenvolver as indústrias têxteis e a exploração de carvão, e apenas depois as indústrias siderúrgicas e metalúrgicas. Mais tarde expandiram-se as linhas férreas, desenvolveram-se as instituições financeiras e apareceram empresas relacionadas com a indústria automóvel. A utilização da electricidade, apenas começou a ser desenvolvida no século XIX.


O Japão deteve um desenvolvimento bastante inesperado, notório e rápido, tendo conseguido ser o primeiro país asiático a industrializar-se. Isto foi possível graças À política cultural e económica desenvolvida pelo imperador, que motivava o contacto com o Oriente. Este centrou-se no desenvolvimento das indústrias têxteis e de ponta (como a construção naval, a siderurgia, a indústria de armamento e as indústrias químicas), bem como no investimento na educação, instrução e economia. Além disso, toda a população trabalhava para o bem do país em vez de cada um para si mesmo, o que ajudava bastante.


Nos EUA, o seu rápido crescimento da industrialização e da economia, deveu-se ao facto de este ter beneficiado de diversos factores importantes. Entre eles estão:
 O facto de possuir territórios praticamente virgens e com abundância de recursos naturais (como rios, petróleo, florestas, metais preciosos, entre outros);
‒  Ter um rápido crescimento demográfico, que se deveu à crescente imigração europeia (maioritariamente irlandeses, grande parte católicos, que fugiam por razões religiosas);
 Usufruir de uma agricultura moderna e mecanizada, associada com a exportação e a produção em massa (desenvolvendo assim o capitalismo rural);
 Deter um clima social aberto, livre e dinâmico (a população era dinâmica, empreendedora e facilitou a entrada de imigrantes no mercado de trabalho);
 Desfrutar de um mercado interno em constante crescimento (devido ao crescimento demográfico);
 Possuir pautas aduaneiras proteccionistas (todos os produtos importados eram demasiado caros, tendo um grande imposto sobre eles, promovendo assim as importações e protegendo o mercado nacional).
A economia americana pode assim desenvolver todos os sectores (como os têxteis, depois as siderúrgicas e metalúrgicas, a expansão do caminho-de-ferro, a exploração mineira, a indústria química e eléctrico). Passando de financiado a financiador, os EUA, tornaram-se assim a principal potência do século XX.