segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Análise

Documentos:

A.
Pretendemos servir a Deus e a sua Majestade, levar a luz aos que estão nas Trevas e também enriquecer.
Bernal Diaz, cronista da conquista do México

B.
Os Portugueses não favorecem em muitos lugares o alargamento da Fé, ou, na verdade, não lhe prestam nenhuma atenção, uma vez que apenas estão interessados na aquisição de riqueza.
Hugo Grotius, jurista holandês, em 1609

Estes dois documentos vão servir para demonstrar o que foi dito no post anterior. No documento A, o autor dá a ideia de que a expansão serviu essencialmente para espalhar a fé e a palavra de Deus, e que a riqueza foi considerada um “extra”. Esta ideia está errada.
No documento B o autor já dá uma ideia correcta dos acontecimentos. Como ele diz, “apenas estão interessados na aquisição de riqueza”, o alargamento da fé foi como que uma desculpa para todos aqueles que iam

Hegemonia Ibérica - O Fim

A hegemonia de Portugal e Espanha foi bastante contestada pelos outros povos europeus, assim, a partir de meados do séc. XVI, estes dois países começaram a ser ameaçados por alguns países europeus. O primeiro foi a Holanda, fazendo ataques às embarcações e aos domínios coloniais, e transmitiam as verdadeiras razões pelas quais os povos ibéricos iniciaram a expansão (riqueza e não fé) incentivando, assim, outros países a juntarem-se a eles. Isso resultou, pois a eles juntaram-se depois os Franceses e Ingleses. Juntos, acabaram com o princípio de mare clausum e mudaram-no para o de mare liberum, no qual o direito de descoberta foi substituído pelo direito de conquista.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Aqui está agora um pequeno filme sobre os descobrimentos portugueses. (Este vídeo foi retirado do youtube e está identificado pelos seus autores).

domingo, 7 de novembro de 2010

Expansão Espanhola

Como foi dito anteriormente, os espanhóis basearam a sua Expansão na conquista territorial, essa conquista foi mais concentrada nas regiões da América Central e do Sul. Através da força, de armas de fogo e com a utilização do cavalo, os espanhóis conseguiram conquistar várias populações, tais como os Astecas no México (1519-1521), os Maias na Guatemala (1523-1525) e os Quichuas ou Incas no Peru (1533). Esta conquista foi realizada num período relativamente breve (por volta do séc. XVI estava praticamente concluída).
A principal motivação do Império Espanhol foi a “caça” ao ouro e prata, bastante abundante nas áreas conquistadas. A prata era o material mais explorado, pois a partir dela faziam fusões com o chumbo e, mais tarde, com o mercúrio. Os espanhóis puseram os índios e alguns africanos (os últimos comprados aos portugueses) a trabalhar maioritariamente nas minas. Estes trabalhavam durante várias horas e dias com péssimas condições. Quase todos eles acabavam por ganhar doenças e morrer, no entanto, aqueles que depois lá nasciam já ficavam mais resistentes e habituados àquele tipo de vida. Para os índios foi mais complicado do que para os africanos lá instalados, pois ao contrário dos primeiros, os africanos já conheciam e praticavam escravatura no seu país.
Tal como os portugueses fizeram, também Espanha criou casas para a exploração do comércio colonial. A espanhola foi a Casa da Contratação que se localizava em Sevilha, porque era lá que se concentrava o comércio, estava perto do mar e o seu porto era o mais utilizado. Sevilha passou a ser o centro, pois era onde chegava o ouro e a prata. Deixam de existir os extremos (Portugal) para onde iam as especiarias, pois Espanha possuía o ouro e a prata – os dois materiais necessários para comercializar.

Comércio Oriental e Monopólio Régio

Em 1498, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia. Este foi um dos maiores feitos dos Portugueses, pois depois desta descoberta o seu império comercial teve um grande crescimento. Também permitiu que outros países europeus, mais tarde, pudessem vir a desenvolver o comércio intercontinental e mundializar a economia. Portugal, passou assim a dominar o comércio de especiarias, o mais procurado na altura de vido á sua extrema raridade e grande utilidade.
Na índia foi encontrada muita resistência, mas os Portugueses não desistiram. Criaram fortalezas que serviam para protecção contra os Muçulmanos (estas tinham muitos portugueses por uma questão de precaução) e feitorias. Através disto e das suas alianças com os príncipes índios, que se juntavam aos portugueses porque estes lhes prometiam mais vantagens (questões de concorrência), conseguiram expulsar os Muçulmanos.


No ano de 1505, D. Manuel I estabeleceu um regime económico – o monopólio régio ou estatal. Este regime permitiu que o Estado tivesse total exclusividade do comércio e exploração das zonas coloniais. Para isso foi criada a Casa da Índia, que fazia a supervisão e organização de todas as importações e exportações feitas em Portugal. Todos os navios que chegassem eram logo revistados para terem a certeza de que não existiam produtos escondidos. Qualquer indivíduo que fosse descoberto a fazer comércio clandestino ficava praticamente sem nada. D Manuel deu como justificações a este regime o facto de ele ter gasto muito dinheiro e de ter posto em risco e perigo muitas pessoas durante o longo período da expansão e descobertas.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Comércio Atlântico

As zonas mais exploradas pelos portugueses foram a costa ocidental de África, o Brasil e a Índia. A costa ocidental de África foi a primeira, e logo que se estabeleceram os primeiros contactos, os portugueses começaram a exploração comercial através de duas formas de empreendimentos. A primeira, foram as viagens de prospecção e penetração até ao interior de África. Estas permitiram aos portugueses irem ao encontro dos nativos, e assim, comunicar com eles e efectuar trocas comerciais. Além disso, a Coroa Portuguesa concedia arrendamentos temporários (através de contratos) que serviam para avançar e evoluir com as explorações, e consequentemente, ganhar mais formas de comércio. Um dos que mais se destacou foi o arrendamento a Fernão Gomes. A segunda forma de empreendimento foi o estabelecimento de entrepostos comerciais (“local ou praça de comércio onde se estabeleceram depósitos ou armazéns de mercadorias trazidas de outras partes e que ali são trocadas, vendidas ou levadas a outros mercados”) em zonas propícias ao tráfico. Muitos desses postos eram móveis e temporários. Nas zonas com melhores condições foram construídos postos fixos de comércio, aos quais se dá o nome de feitorias-fortaleza. As feitorias (“colónias de carácter exclusivamente comercial; casas que os soberanos tinham no estrangeiro para tratarem dos seus interesses económicos”) mais importantes localizadas em África foram as de Arguim e da Mina.
Depois do comércio africano (realizado pelas rotas da Guiné e da Mina) passou a existir uma nova rota, a do Brasil a partir de 1500. Assim, foi originado o comércio triangular.

Expansão Portuguesa

Os portugueses foram verdadeiros pioneiros no arranque da expansão ultramarina que foi iniciada por D. João I (1ºrei da 2ª dinastia).
O Infante Henrique, um dos seus filhos, foi muito importante no inicio da Expansão porque foi ele que preparou a maioria das viagens que se fizeram á Costa Africana. Esta Expansão foi apoiada pelos diferentes grupos sociais, cada um por diferentes motivos: o rei queria mostrar o seu poder e grandeza e resolver os problemas económicos do país; a nobreza queria mais terras, cargos e mão-de-obra para a agricultura; o clero queria combater os Muçulmanos e aumentar os rendimentos; a burguesia queria mais lucros e novos mercados para o comércio; o povo queria melhorar a sua vida emigrando para as terras descobertas.
Mas não bastava a sociedade portuguesa apoiar a Expansão, eram necessárias condições. No séc. XV, Portugal tinha um conjunto de condições que lhe permitiram ser o 1º país europeu a iniciar a expansão marítima, tais como a estabilidade política e o clima de paz, a situação geográfica do país (com uma extensa costa marítima), o apoio do rei às actividades marítimas e á construção naval, a experiência nas actividades ligadas ao mar (como a pesca e o comércio marítimo) e os conhecimentos de técnicas e instrumentos de navegação utilizados por povos do Oriente e trazidos pelos Muçulmanos e Judeus.
Podemos dizer que a Expansão marítima iniciou-se no ano de 1415, com a conquista de Ceuta (cidade do Norte de África dominada pelos Muçulmanos). No entanto a conquista de Ceuta foi um fracasso económico porque os Mouros desviaram as rotas de comércio para outras cidades do Norte de África e Ceuta passou a ser constantemente atacada Depois disto começou o rumo dos mares, ou seja, da exploração do Atlântico Sul pela costa ocidental africana. Este rumo começou no tempo de D. João I e perdurou nos reinados de D. Duarte, D. Afonso V, e D. João II.
Em 1498, foi descoberta a Índia por Vasco da Gama, e em  1500 foi descoberto o Brasil por Pedro Álvares Cabral (ambos no reinado de D. Manuel I). Assim Portugal passou a abranger quase todas as áreas do globo (Brasil, África, Índia e Timor). A antiga rota das especiarias, através do Mar Vermelho, dominada por Veneza, foi assim substituída pela rota do Cabo, controlada pelos Portugueses.

Expansionismo Europeu

Como vimos anteriormente, a Europa sofreu uma crise económica, política, entre outras, no séc. XV á qual se deu o nome de Grande Depressão. Tudo isto fez com que existissem diversas carências e a solução encontrada foi partir para além-mar, apesar de todos os medos relacionados com lendas tais como a do “mar tenebroso” cheia de monstros e a do Adamastor.
Claro que existiram motivações a vários níveis para começar esta Expansão, mas as que mais a influenciaram foram as motivações económicas. Acho que podemos dizer que estas foram a falta de cereais, a falta de ouro, a falta de matérias-primas e de mão-de-obra para a produção (agrícola e manufactureira, o alargamento da área de pesca e a tentativa de evolução da indústria.
Os primeiros europeus a iniciarem a Expansão ultramarina e a construírem impérios coloniais foram Portugal e Espanha, os povos ibéricos. No entanto, houveram diferenças entre estes dois impérios. Enquanto os espanhóis basearam-se principalmente na conquista territorial, os portugueses basearam-se na exploração e descoberta, até porque não tinham capacidade e/ou população para conquistarem e lutarem.
No entanto, existiram alguns problemas entre Portugal e Espanha. Em 1492, o navegador Cristóvão Colombo, ao serviço dos reis de Espanha, iniciou uma viagem para atingir a Índia, navegando para ocidente. Nesta viagem chegou a um novo continente, a América. D. João II, seguindo o Tratado de Alcáçovas, reclamou esse território para Portugal, mas Espanha recusou-se a entregá-lo por terem sido terras descobertas ao seu serviço. Com a intervenção do papa foi assinado um novo tratado chamado Tratado de Tordesilhas que dividiu o mundo em duas partes.